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Arquitetos: Beto Magalhaes
- Área: 950 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:André Mortatti
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Fabricantes: Aluminorton, Casa Franceza, Castelatto, Coppermax, Indusparquet, MGA Mármores, Ornare, Palimanan, Portobello, Vallvé, Viking, Wall Lamps
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado na Aldeia da Serra, os clientes contrataram o arquiteto Beto Magalhães para rever o projeto inicial desta casa que já estava em execução. Depois de fazer um novo estudo do terreno, o profissional privilegiou a vista para a mata levando em conta um considerável declive existente. Com mais de 900m² de área construída.
Quando foi contratado para projetar a residência em um condomínio de Aldeia da Serra, que fica nos arredores de São Paulo, o arquiteto Beto Magalhães precisou ajustar seu desenho às obras de fundação de um projeto que fora encomendado a outro profissional e já estavam concluídas. Os clientes não estavam plenamente satisfeitos com os caminhos que o trabalho estava tomando e, aconselhados pela construtora – que já participara de outros projetos de Magalhães –, decidiram dar encaminhamento diferente ao projeto de sua futura moradia.
Examinando a solução existente, Magalhães identificou - entre as situações que ele avaliou como não sendo apropriadas - que o partido não tirava proveito, por exemplo, da interessante paisagem, assim como não fazia uma leitura correta da topografia do terreno, que possui considerável declive. Por isso, sua proposta tomou como ponto de partida as fundações consolidadas, mas redirecionou o partido, sobretudo no sentido de favorecer a vista para a mata existente nas proximidades do lote que está situado praticamente no limite do condomínio.
De acordo com o arquiteto, a volumetria prevista no projeto anterior recorria a uma parede sem aberturas em uma das laterais, o que - também em razão do número de pisos previstos - a tornava semelhante à empena cega de um pequeno edifício. O novo projeto acomodou o programa nos mesmos quatro pavimentos – os dois inferiores estão encaixados em platôs do terreno, de maneira a aproveitar a declividade do lote –, porém criou aberturas mais amplas nas laterais e na face posterior da casa para que os futuros moradores usufruíssem da paisagem próxima e do horizonte.
A planta da principal parte do programa (onde estão os ambientes íntimos, áreas de estar/jantar e cozinha) é constituída por dois retângulos justapostos, porém ligeiramente desalinhados. Os acessos a esses espaços são independentes: pelo da direita, chega-se à área de serviço/cozinha gourmet; pelo da esquerda, ingressa-se nas salas de estar/jantar. No primeiro piso inferior (garagem/living e terraço), tem continuidade a mesma geometria regular, mas com o retângulo maior (garagem) perpendicular ao menor. A piscina completa esse patamar.
Ao projetar o living com pé-direito duplo no primeiro subsolo, o autor conta que sua intenção foi integrar visualmente o térreo e o pavimento inferior, de forma a evitar a secção e o excessivo isolamento entre os patamares. No térreo, uma passarela conecta a sala de jantar com o terraço descoberto, nos fundos. Para o acabamento dos pavimentos mais altos (a caixa, como Magalhães os chama), o arquiteto especificou revestimento de agregado mineral, paginando-o, predominantemente, na forma de quadrados – na fachada principal, destacam-se pelo tom e textura as portas em aço corten, encimadas por inserções irregulares do mesmo material. Nos pavimentos inferiores, foi empregado em maior montante material assemelhado ao tijolo aparente – este, ao mesmo tempo que parece abraçar a caixa superior, sugere que o volume superior está apoiado apenas nos patamares inferiores.